quarta-feira, 11 de maio de 2016

RAiZ POTiGUAR OU COMO SE DEVE AGIR PARA PODER SER


Uma vida sem fala e sem ação é literalmente morta para o mundo
Hannah Arendt in A condição humana



Tem se ampliando na última década a compreensão compartilhada de que precisamos repensar nossa forma de se relacionar com a política. Principalmente a medida que cresce o entendimento sobre a diversidade de modos de vida e de aspirações de autorrealização. Na nova configuração multicultural das sociedades, não é mais possível insistir numa visão de mundo homogênea e individualista que nega a diversidade social. Isso porque nossa compreensão de quem nós somos envolve sempre uma relação de alteridade. Nossa identidade é construída em diálogo permanente com outros (humanos, animais, meio ambiente, tecnologias). Não por acaso, essa compreensão dialógica e comunitária do ser e da vida recebeu diferentes articulações nas sociedades humanas. Na cultura ocidental, articulamos o termo zoo politikon (animal político) para expressar a nossa condição de seres irredutivelmente "sociais", isto é, cuja própria existência se realiza na interação comunitária. Também nas culturas africanas, encontramos simetria de significado na expressão Ubuntu (Sou o que sou porque nós somos). 

No contexto da política moderna, no entanto, ela parece ter sido esquecida ou secundarizada por uma outra compreensão do sentido da política, mais identificada com a “gestão econômica da vida”. A consequência (política) foi a difusão e hegemonia de uma racionalidade econômica que nega ou coloniza a vida, estreitando o horizonte de possibilidades do futuro. Contra esse empobrecimento da política contemporânea se faz necessário um retorno às raízes dos seus sentidos clássicos. Sobretudo, para reaprender a fomentar a prática política como ratificação da compreensão comunitária do “ser” e da vida. 

É essa a fonte moral e espiritual que fundamenta a RAiZ POTiGUAR: O projeto de construção coletiva de uma política da vida comunitária. Onde bens sociais como liberdade, autonomia, justiça, igualdade e autenticidade são percebidos como “bens de civilização”, portanto, aspirações legítimas de todas as formas de vida (étnicas, raciais, religiosas, sexuais e de gênero).

Neste mesmo dia em que a coruja de Minerva se prepara para alçar mais uma vez o seu voo após o crepúsculo da velha política brasileira, a RAiZ POTiGUAR também inicia a sua inserção na esfera pública do Rio Grande do Norte.Seu paradigma não é o da "política daquilo que era", mas o da "política daquilo que faz". 

*Imagem publicada originalmente aqui 

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